quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ano Novo: Tempo de renovar a esperança!

Deixe para trás aquilo que já ficou, e viva um novo tempo
Mais um ano que se encerra e, consequentemente, mais um outro que se inicia.

Estamos acostumados com essa dinâmica que se renova todos os anos e que, sem dúvida, instaura em nós uma atmosfera de novidade e expectativa. Contudo, esse é um tempo que precisa ser bem aproveitado e contemplado, pois, tem a força de inaugurar em nós uma primavera de esperança e vida.

Ano novo é tempo de renovar a esperança, de deixar para trás aquilo que já ficou para trás – os erros e o que não foi alcançado –, e de acreditar que tudo pode ser novo e melhor. Não se trata apenas de pensar positivo e acreditar que tudo acontecerá de forma mágica, em vez disso, tal atitude significa redirecionar as motivações e assimilar os aprendizados para a construção de novas e eficazes experiências.

O homem é um ser de motivação, que encontra nesta o seu combustível de vida. E por motivação entendemos motivo pelo qual enfrento a vida, o que me anima e impele em cada dia, o que inspira e conduz minhas atitudes.

Alguém sem motivação é alguém sem alma, sem expectativas e sem alegria para viver e conquistar. Quem assim vive acaba encarando a vida como um peso e como uma estrada sem surpresas e novidades.

No início deste novo ano se faz, verdadeiramente, necessário essa atitude de reinventar as motivações à luz de bons princípios e propósitos para que, assim, a esperança se renove e a vida exale o seu perfume em nossos dias, escolhas e sonhos.

Preenchamo-nos de belas e consistentes motivações e contemplemos com ousadia e esperança as densas e profundas vitórias que este ano nos prepara!
 

Tempo Liturgico do Natal.



Em todos os tempos litúrgicos celebramos a centralidade do mistério de Jesus Cristo (encarnação, paixão, morte, ressurreição).No CICLO DO NATAL, celebramos privilegiadamente a Encarnação de Jesus; celebramos o Emanuel, Deus que veio até nós.
Todo tempo litúrgico é constituído por três etapas. O ‘antes’ significa a preparação para a festa que se vai celebrar. O ‘centro’ é a festa celebrada. O ‘depois’ é sua continuação, ou seja, a graça e a alegria daquele dia prolongam-se por um período.
No CICLO DO NATAL, o antes é o Advento; o centro é o próprio Natal (festa da encarnação de Deus); o depois é seu prolongamento nas festas da manifestação do Senhor.
Cada um destes três momentos tem características próprias. Vejamos.
ADVENTO - no 1º domingo do Advento inicia-se o Ano Litúrgico. O Advento é formado pelos quatro domingos que antecedem o Natal. É tempo de preparação para a visita do Salvador que vem armar sua tenda entre nós. Este não é um tempo penitencial, mas de preparação para um grande acontecimento, portanto de discreta alegria. Por exemplo, durante estes quatro domingos não cantamos o Glória, para que na Noite de Natal, quando juntamos nossas vozes à voz dos anjos, com mais força ressoe nosso louvor a Deus que, por seu imenso amor, nos enviou seu filho. A Liturgia do Advento celebra tanto a 1ª vinda de Jesus (encarnação) como sua 2ª vinda (ao final dos tempos).
OS PERSONAGENS PRINCIPAIS DO ADVENTO SÃO: Maria (testemunha privilegiada do mistério da encarnação); Isaías ( o profeta da preparação); João Batista (o precursor).
A Coroa do Advento, cujas quatro velas, vamos acendendo uma a uma, domingo após domingo, nos lembra que a luz do Salvador brilhará sobre nós.
Advento é, pois, tempo de esperança, de expectativa pela vinda do Senhor. É tempo de aclamarmos: “Vem, Senhor Jesus!”
NATAL – é o grande momento em que celebramos Deus que veio até nós, celebramos o Emanuel – Deus entre nós. A centralidade desta noite está na encarnação. É noite de incontida alegria, é noite de luz. Com os anjos cantamos “Glória a Deus nas alturas”.
Na sociedade atual, segmentos diversos apropriaram-se do Natal e o transformaram num evento (algo eventual, passageiro), numa época de lucrativas vendas, num período de alegria ‘de fachada’. Lembremos que o Natal, para nós, discípulos missionários de Jesus Cristo, é um grande acontecimento, que gera em nós compromisso de fé e de vida. É um tempo de verdadeira alegria, pois o Salvador está entre nós.
O presépio concretiza, a nossos olhos, o filho de Deus feito homem - ali, na pobreza e na simplicidade de uma gruta, acolhido pelos mansos e humildes de coração.
Após o dia de Natal, seguem-se algumas festas, denominadas “Festas da Manifestação do Senhor”:
DOMINGO APÓS O NATAL – Sagrada Família – a centralidade está em Jesus que, vindo até nós no seio de uma família, estabeleceu a relação entre a família humana e a família divina.
1º DE JANEIRO – FESTA DA MÃE DE DEUS – celebramos Maria como testemunha privilegiada do mistério da encarnação. Ela é grande não por si mesma, mas porque aceitou ser o instrumento para que Deus viesse até nós.

06 DE JANEIRO (OU NO DOMINGO ENTRE OS DIAS 2 E 8 DE JANEIRO) – EPIFANIA – TAMBÉM CONHECIDA COMO FESTA DOS REIS MAGOS – é a festa da manifestação do Senhor. Deus que veio para salvar todos os povos.
NO DOMINGO DEPOIS DO DIA 6 DE JANEIRO – BATISMO – aqui se conclui a missão de João Batista que preparou os caminhos do Senhor. Tem início a vida pública de Jesus.

Fonte: CNBB

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Conheça um pouco sobre Liturgia




A importância da liturgia
O Papa Bento XVI sublinhou a importância da liturgia na vida espiritual cristã, como foi para Santa Matilde de Hackeborn, a quem apresentou hoje durante a audiência geral.
Seguindo seu ciclo de escritores cristãos, que, com Hildegarda de Bingen no final de agosto inaugurou uma série de catequeses sobre mulheres insignes, o Papa quis hoje falar sobre uma das grandes figuras do monaquismo alemão.
Santa Matilde de Hackeborn, de família nobre, nasceu e morreu no século XIII, em Turíngia (Alemanha) e viveu quase toda a sua vida no convento de Helfta, na mesma congregação em que estava sua irmã mais velha, Gertrudes.
Naquela época - e graças a Gertrudes -, o mosteiro de Rodersdorf e o de Helfta se converteram, afirmou o Papa, em um importante "centro de mística e de cultura, escola de formação científica e teológica".
Matilde "pela humildade, fervor, amabilidade, limpeza e inocência de vida, familiaridade e intensidade na relação com Deus, com Nossa Senhora e com os santos. Estava dotada de elevadas qualidades naturais e espirituais".
Entre outras, tinha uma voz de extraordinária suavidade. Foi professora do coral do convento, além de mestra de noviças.
Matilde era chamada com o apelido de "rouxinol de Deus".
"A oração e a contemplação foram o adubo vital da sua existência: as revelações, seus ensinamentos, seu serviço ao próximo, seu caminho na fé e no amor têm aqui sua raiz e seu contexto", explicou o Papa.
"É impressionante a capacidade que esta santa tinha de viver a Liturgia em seus vários componentes, inclusive os mais simples, levando-a à vida monástica cotidiana", acrescentou o Pontífice
"Suas visões, seus ensinamentos, as circunstâncias da sua existência são descritas com expressões que evocam a linguagem litúrgica e bíblica", explicou.
A santa tinha, segundo destacou o Papa, um "profundo conhecimento da Sagrada Escritura, seja tomando símbolos, termos, paisagens, imagens ou personagens".
De Matilde, Bento XVI convidou os fiéis a imitarem a importância que ela dava à Liturgia das Horas e à Santa Missa.
"A oração pessoal e litúrgica, especialmente a Liturgia das Horas e a Santa Missa, são a raiz da experiência espiritual de Santa Matilde de Hackeborn."
"Isso é também para nós um forte convite a intensificar nossa amizade com o Senhor, sobretudo através da oração cotidiana e da participação atenta, fiel e ativa da Santa Missa. A Liturgia é uma grande escola de espiritualidade", acrescentou.
Matilde sentia grande predileção pelo Evangelho, que o próprio Jesus, em uma visão, lhe recomendou ler, para compreender "seu imenso amor", que "em nenhum lugar se encontra expresso mais claramente que no Evangelho".





As cinco chaves para compreender e amar a liturgia da missa
A liturgia foi como um salto para a minha conversão verdadeira. E é justamente pensando em termos de liturgia que eu posso sentir o quanto é paradoxal ser católico. Aqui apresentam-se em constante embate obediência versus rebeldia, zelo versus desleixo, ordinariedade versus extraordinariedade e por aí vai. De modo semelhante somos nós nas encruzilhadas da vida, pois há sempre dois caminhos a seguir e nem sempre é fácil optar pelo correto.
Tento isso em conta, pensei em cinco pontos que para mim, enquant0 fiel leig0, sã0 essenciais para se c0mpreender e amar a liturgia da missa. Retire um deles e logo você perceberá que alguém resolveu tomar o caminho mais curto (perceba, liturgia não é nada simples) na encruzilhada. Ach0 que a festa de Pentecostes – data em que só faltam vender abadás na porta da igreja – é um bom começo para pensarmos nesses pontos que podem ajudar em nossa tarefa de defender a sagrada liturgia:
Unidade: “Que todos sejam um” (Jo 17,21). Essas f0ram as palavras de Cristo durante a última ceia, momento em que ele expressa seu desejo ardente de que a sua Igreja nascente permanecesse unida pelos séculos vindouros. Creio que  se a liturgia ficasse à mercê de arbítrios particulares (cada bispos decidindo em suas dioceses como celebrar), dificilmente teríamos a Igreja de Cristo unida atualmente. O que hoje seria dividido, talvez seria muito mais. A unidade é o elemento que garante que uma missa na Índia tenha o mesmíssimo valor sacramental de uma missa celebrada aqui no Brasil. Para isso contribuem as rubricas, livros formados após diversos concílios para normalizarem por todo o mundo a missa. O latim, que muitos consideram apenas um adereço medieval, é outro grande elemento de unidade. Nada mais confortante que passar uma temporada num país estrangeiro e, apesar de não entender nada nos primeiros dias, de repente ouvir o mesmo “Hoc est enim Corpus meum” de sempre…Naquele momento você passa a ter a única certeza que vale a pena ter: você está na presença do seu criador, nada mais importa.
Tradição:  Quando Jesus pede “fazei isso em memória de mim” (Lc 22,19) lega-n0s um dos primeiros elementos de tradição da liturgia católica: todos os sacerdotes, em todos os lugares, línguas e épocas devem repetir exatamente o “isso” expresso nas palavras da última ceia. Além dessas palavras que permaneceram imutáveis por quase dois mil anos, preservamos muitos elementos da liturgia sacrifical judaica. Não é à toa que o papa Bento XVI sempre fala da tal hermenêutica da continuidade. Ele menciona tal hermenêutica para que entendamos que se a Igreja introduziu ao longo dos séculos algo novo na forma, a essência permanece a mesma. A Igreja sempre procurou “empacotar” os elementos sagrados que se consolidaram ao longo da história da salvação e difundi-los pela ação litúrgica. Portanto, quando buscamos elementos externos à tradição da Igreja, introduzimos como que um vírus no corpo são. Cada padre deve ser então como um anticorpo, obstinado em expulsar corpos estranhos desse corpo do qual é guardião.


Sacrifício: acho que deveríamos ensinar na catequese um novo nome para a missa: sacrifício. Crianças, hoje nós vamos ao Sacrifício; Como se portar durante o sacrifício; “Domingo sem Sacrifício é domingo sem graça”, etc., de modo que essa noção se consolide na cabeça dos fiéis. Se entendemos a missa do modo correto: a perene ação da oferta de Cristo na cruz, é muito mais fácil percebermos a importância do momento vivido. Assim evita-se gente batendo palmas (quem bateria palmas no calvário?), gente usando decote, batucadas e tantos outros elementos estranhos ao conceito de sacrifício.
Comunhão: apesar de estar relacionado ao conceito de unidade, dou ênfase a este ponto por ir ainda mais além. Mais que o momento em que recebemos a hóstia, a noção de comunhão é essencial para vivermos bem o momento da missa. Nesse momento estão unidas, num só louvor as três igrejas: a militante, a padecente e a triunfante, todas trocando dons entre si. Trazendo essa concepção só para o plano da igreja militante, nós aqui na terra, podemos dizer que a comunhão é ainda mais intensa. Ou seja, eu estou em comunhão com o papa em Roma, que está em comunhão com a senhorinha em Cuba, que está em comunhão com o padre jesuíta na china, que está em comunhão até mesmo com os ortodoxos cismáticos! E não para por aí. Cada vez que se reza uma missa, derramam-se bênçãos e graças mesmo sobre aqueles que não participam da  celebração. Todos estão presentes, em suas mais diferentes realidades num único e mesmo sacrifício. Ter essa noção de que não estamos circunscritos ao espaço físico de nossa paróquia nos faz repensar ainda mais a importância do ato litúrgico.

Estética: “a liturgia da missa é um reflexo da glória eterna”. Foram essas as palavras que ouvi da boca do padre na missa de hoje. Nada mais correto que, nesse sentido, buscarmos tudo de melhor e mais belo para clarificar essa verdade. Muitos apelam para uma concepção errônea de Deus ao atestarem: “Deus era simples”, “ele não liga para luxos e riquezas”, “poderiam vender e dar tudo para os pobres”, mas não percebem que isso contradiz o respeito e a dignidade que Cristo devotava ao templo de Israel. Quem eram os vendilhões? Quem zelava para que o templo fosse um lugar santo ou quem o profanava transformando-o num comércio? Tudo na missa deve ser uma representação da beleza celeste. Para isso podemos usar a imaginação: como seria o turíbulo em que os anjos incensam o Cordeiro glorioso? Como seriam as vestes de Cristo em majestade? Cada liturgista, cada sacerdote deve despertar nos fiéis, por meio da liturgia, o anseio, o desejo do céu, o desejo de viver na presença de Deus para sempre.